Quem é Mphumo João Craveirinha, o Artista gráfico que compôs O LIVRO DAS ACTAS
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Em primeiro lugar, Mphumo João Craveirinha é o Artista Gráfico que compôs toda a parte gráfica de O LIVRO DAS ACTAS: a capa e o “miolo”.
O interior do livro está um mimo. Transpira o empenhamento – diria mesmo, o carinho – que este Artista põe em tudo quanto faz.
A CAPA não me podia agradar mais. Está sóbria, austera, como convém a um simples livro de arquivo, nas arrumações de uma secretaria de uma qualquer instituição pública.
Mas, quem é Mphumo João Craveirinha?

Mphumo João Craveirinha (que também assina como Mphumo John Kraveirinya – 1947), é um Artista afro-português, Moçambicano de nascença, e Português porque como ele próprio costuma dizer com graça, ele “nunca pediu a nacionalidade portuguesa” uma vez que nasceu em tempo colonial, quando as antigas colónias eram designadas oficialmente como “províncias ultramarinas” integrantes “de jure”(!) do território nacional.
Mas sempre um Português que permanece fiel ao seu país de origem, não como um “coração dividido”, mas como um “homem completo”.
Mphumo João Craveirinha é descendente, por via materna, das linhagens reais dos Mphumo, Tembe, Libombo, Hunguana.
Por via paterna, é descendente de um português de Aljezur (Algarve). Seu avô, polícia e versejador, radicou-se na cidade colonial de Lourenço Marques. Aliás, o dom da Poesia vinha sendo característica dos Fernandes Craveirinha, de Aljezur.
Pelo lado materno, além dessa herança de uma linhagem real, João Craveirinha também tem ascendência portuguesa.
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Além de escritor, Mphumo João Craveirinha é pintor, sendo o autor do monumental mural histórico (1976-1979) patente na Praça dos Heróis, na cidade de Maputo.
É ainda dramaturgo, poeta, autor de romance de não-ficção (investigação) e de contos para crianças.
É também jornalista, colaborando solidariamente em regime pró-bono com o jornal on-line O AUTARCA, publicado na cidade da Beira, em Moçambique, dando-nos a apreciar excelentes crónicas de análise político-social.
E além de tudo isto, é doutor em Ciências da Cultura, especialização em Comunicação e Cultura, e sociólogo e investigador, sendo um dos seus centros de interesse o estudo aprofundado das implicações da época das Descobertas (portuguesas) com a Escravatura e a Economia globalizada do mundo actual.
Não sei o que mais admiro neste autor. Se a sua capacidade de comunicar o seu vasto saber, se o seu inabalável amor ao seu país natal – Moçambique. Conhecedor dos meandros dos costumes e da História do seu País, Mphumo João Kraveirinha é incansável na sua divulgação. Eternamente magoado com as injustiças da Expansão e História Colonial, apaixonado pelo imenso Continente Africano, é através da sua escrita esclarecida que sem descanso tenta dar a conhecer os detalhes do vasto e trágico caleidoscópio que a História Colonial constitui.
Entretanto, não se confinando aos temas da Escravatura, Mphumo João Craveirinha está a elaborar um memorial sobre a sua ascendência algarvia.
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Além do que atrás fica referido, Mpfumo João Craveirinha e sua esposa são meus especiais Amigos. Sendo que a verdadeira Amizade é um dom da Vida, que aliás não é pródiga em dádivas como essa.
Formámos a equipa que designamos como Cadernos vuJonga, e propomo-nos publicar os nossos próprios livros – o que fazemos com observância de todos os trâmites legais.
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A finalizar este breve apontamento, saliento que Mphumo – (ler ‘Mpfumo‘) significa rei, chefe, senhor, líder. Equivalente ao título, nas línguas ibéricas, atribuído aos reis. Exemplo – em Portugês – Dom Manuel II (1889-1932, último rei de Portugal). Ou, em Espanhol – Dom Filipe VI, actual rei de Espanha (1968; proclamado rei em 19 de Junho de 2014).
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Publicado por
© Myriam Jubilot de Carvalho
Dia 19 de Março de 2017, pelas 14h 15m
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