Na falta do jpg correspondente, limito-me a deixar aqui o texto da Crónica Nº 14:
Jornal O AUTARCA, ANO XVI, Nº 2879, Quarta-feira, 13 de Maio de 2015
Recordo que este jornal é um jornal independente, editado pelo jornalista Falume Chabane, na cidade moçambicana da Beira, Capital do Centro e das Pescas de Moçambique.
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Crónica 14 – dedicada às crianças
– O Leãozinho e os Cisnes –
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Os contos a que chamamos “contos orientais” pertencem à sabedoria das civilizações mais antigas da Humanidade. Não são contos inventados só para divertir, mas sim para os anciãos (as pessoas mais idosas de uma povoação) transmitirem a sua sabedoria sobre a vida e as pessoas, às gerações mais jovens
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O Leãozinho e os Cisnes

Era uma vez um Leãozinho que vivia num belo palácio rodeado de parques imensos onde aqui e além havia zonas ajardinadas, ou então límpidos lagos onde passeavam elegantes cisnes.
Nas suas horas livres, o Leãozinho adorava vaguear ao acaso pelos amplos parques e muitas vezes, dirigia-se para a borda de um pequeno lago que só ele conhecia e sentava-se na margem, admirando os belos cisnes que por ali costumavam nadar. Certa tarde, depois dos estudos, lá voltou ele uma vez mais para se deleitar a admirar os cisnes. Então, de brincadeira, o Leãozinho pôs-se a lançar pedrinhas ao lago. Ao verificar que em volta do sítio onde a pedrinha mergulhara, se desenvolviam pequenas ondas, concêntricas, que sucessivamente se iam expandindo até atingirem a margem relvada, o Leãozinho ficou deveras admirado. Ainda maior foi o seu espanto ao notar que após atingirem a margem, essas ondas começavam a voltar para trás, em direcção ao ponto onde a pedra inicialmente caíra.
Encantado com a sua descoberta, o Leãozinho repetiu a brincadeira durante toda a tarde… E no dia seguinte, lá voltou ele para confirmar que as ondinhas se dirigiam à margem do lago e que, logo em seguida, regressavam suavemente à sua origem…

Então, os belos cisnes vieram ter com ele. Saíram da água e sentaram-se na relva da margem, e começaram a conversar com ele.
– Sabes – disse por fim o belo cisne negro, erguendo a sua bela cabeça, como fazem os velhos sábios – a Vida é como este lago. Cada acção que a gente faz, boa ou má, tem consequências que se expandem sem fim.
E o cisne branco, igualmente belo e igualmente sábio, acrescentou:
– Às vezes, até nos esquecemos das coisas que fizemos… Finalmente, tal como estas ondinhas que tanto te divertiram, que se deslocavam até à margem e depois voltavam ao centro, que é que tu vês?
– O Leãozinho pensou um pouco, e respondeu:
– Eu vejo que as pedrinhas são como os nossos actos…
– E as ondinhas? – perguntou o cisne negro.
– As ondinhas… – respondeu o Leãozinho – As ondinhas são os efeitos dos nossos actos… que acabam por regressar ao seu autor…
(Adaptação de © Myriam Jubilot de Carvalho)
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As imagens são retiradas da Net:
1ª imagem:
https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTwmLhj
AyjsgJ3f4D4TTknsxsM-x9UgXM77GX2HMvuXMly1uAKKeA
2ª imagem:
http://johnhayesphotography.files.wordpress.com/2013/02/
swans_d3x0783-as-smart-object-1.jpg
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Publicado por
© Myriam Jubilot de Carvalho
Dia 14 de Junho de 2015, pelas 12.10
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